O diálogo terapêutico


O diálogo terapêutico é a relação estabelecida entre o terapeuta e a pessoa atendida, durante uma sessão de terapia. Cada terapeuta trabalha de uma maneira específica, de acordo com sua formação, seus valores pessoais e suas escolhas teóricas.

A intenção da terapia é colaborar para que cada pessoa compreenda e encontre meios para enfrentar os empasses que a vida apresenta, se sentindo bem consigo mesma, sendo quem é e como quiser ser, desenvolvendo sua autonomia de maneira autêntica.

Cada pessoa é um ser singular, caminhando em sua jornada, em busca de sua realização pessoal, livre para fazer suas escolhas e responsável por elas. Não existem regras previamente definidas do que é bom ou ruim ou de como devemos agir em cada situação, o que é bom ou ruim varia para cada indivíduo.

O foco da terapia são as experiências subjetivas de cada pessoa, respeitando os modos de ser de cada um e possibilitando a consciência de seus sentimentos, pensamentos e valores, para ampliar sua percepção sobre si e sobre suas relações, possibilitando a criação de novos sentidos para sua vida, alinhados com o que faz sentir-se bem.

O atendimento terapêutico se inicia quando uma pessoa busca terapia, com uma ou várias questões que com o tempo serão trabalhadas por meio do diálogo. Os primeiros atendimentos costumam ser momentos de colocar para fora tudo o que sente estar guardado dentro de si, podendo ser questões recentes ou até muito antigas, que por algum motivo ficaram ali, é um momento de alívio.

No diálogo terapêutico a pessoa sente permissividade e segurança para comentar sobre si com o terapeuta, que busca compreender o que ela diz, e compor uma percepção inicial da pessoa, de como ela se apresenta neste primeiro momento, sem julgamentos. Enquanto a pessoa fala sobre si livremente, ela também se escuta e se percebe melhor.

As questões comentadas pela pessoa atendida não surgem quando ela diz, mas num outro momento de sua vida. O terapeuta tenta compreender quais os fatores que levaram a desencadear suas questões, para isso é preciso conhecer um pouco da pessoa, como ela se relaciona com o que lhe incomoda e como suas questões se relacionam com sua história.

A compreensão da pessoa atendida é constantemente renovada, sem deixar de lado os atendimentos anteriores. A terapia é um processo que leva tempo, não é de uma hora para a outra que a pessoa atendida chega onde quer chegar, até porque pode levar tempo para que a pessoa se sinta a vontade para comentar certas questões sobre si.

O diálogo terapêutico possibilita o "insight", ou a sacada, que acontece quando a pessoa atendida percebe algo de si mesma enquanto fala sobre si, ou quando o terapeuta comenta suas falas ou questiona a respeito de um tema específico. Essa sacada é uma percepção diferenciada, um novo olhar sobre algo que já estava há muito tempo, mas que não havia sido percebido dessa maneira. A percepção da pessoa sobre si mesma possibilita mudanças profundas que partem da própria pessoa, de dentro para fora.

Com a terapia, pretende-se que a pessoa desenvolva sua autenticidade na relação consigo mesma e com os outros, buscando e criando caminhos satisfatórios para si, valorizando seus sentimentos presentes e seus modos de ser. Quando a pessoa toma consciência de si, passa a fazer escolhas mais coerentes, indo de encontro do que deseja para si e desenvolvendo sua autonomia.


Texto por Bruno Carrasco, psicoterapeuta que valoriza de cada pessoa em seu modo de ser singular, colaborando para lidar com suas dificuldades e ampliar suas possibilidades de ser.
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